Em artigo anterior teci considerações sobre a volta da pratica da COMUNHÃO NA BOCA, que tem sido vista muitas vezes.
Neste, inicio expressando igualmente estranheza (e incômodo) quando vejo uma pessoa se ajoelhar (e com dificuldades, às vezes), para receber a comunhão.
Sigo, assim como naquele, dizendo que não se trata de uma crítica a essa, ou aquela pessoa, mas o faço como forma de reflexão geral e aprendizado, quem sabe.
Assim, de pronto, proponho um exercício, como forma de ilustração.
Tente o leitor imaginar a seguinte cena: Jesus saindo de seu lugar à mesa (da Santa Ceia – Mc 14 22), se colocando de pé e aguardando a cada discípulo, se aproximar, se ajoelhar à sua frente para receber o pão.
É improvável que tenha sido assim, não é? Principalmente se levarmos em conta que o tempo era muito escasso, para tantas outras coisas que se sucederam, naquela mesma noite.
Consideremos ainda que, durante aquele comer e beber, com seus seguidores teve continuidade a trama da traição de Judas (Mc 14:18) que culminou com a prisão do Nazareno.
É claro que Jesus não tinha tempo amplo para aguardar que cada pessoa que, fosse receber o Pão e o Vinho se ajoelhasse à sua frente. Pois, percebe-se nas entrelinhas do texto sagrado que fora uma cerimônia rápida.
Não sei qual é percepção do leitor, neste momento, mas entendo que, ali, Jesus queria demonstrar para seus alunos que o importante é (como deve ser até hoje) o exemplo do SERVIR (Lava-Pés –
Jo 13:4-5 ), do alimentar-se com o verdadeiro alimento (Corpo e Sangue) e, em seguida ver seus seguidores de prontidão (de pé) para agirem.
Claro, receber o Pão de forma respeitosa, mas, com espontaneidade e disposição, para colocarem em prática, futuramente, o mesmo que Ele fez. Por isso a ordem: “fazei isto em minha memória” – (Lc 22:19). Concluiu após a consagração.
Para não me alongar tanto neste raciocínio peço que o leitor, agora imagine tal cena: os discípulos, após enviados e presidindo uma cerimônia do partir o Pão, em suas respectivas comunidades aguardando a cada um/a, da multidão a se ajoelharem para receber sua fração. Seria impraticável e desnecessário, não acha?
E, lembremos, ainda, que a ordem do Mestre é clara: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”, (Mc 16,15).
Portanto, como os apóstolos pregavam para multidões, não faz sentido que aguardassem cada um/a, que se convertiam, a se ajoelhar para receber o pão.
Por enquanto fico por aqui. Lembrando: caso deseje expor sua opinião num comentário, terei prazer em ler, mesmo que seja discordando.