Atualmente, em pleno século XXI, centenas de anos pós “Idade Média” muitas pessoas entram na fila “da comunhão” e abrem a boca para recebê-la.
O que pensar e/ou concluir sobre essa prática?
Antes de seguir adiante, prudente é o leitor observar o que diz o Bispo Dom José Mário, no vídeo, de link a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=67Gi31tAVag, nele, ele afirma: “receber comunhão na boca é anacronismo da Idade Média. Coma com as próprias mãos!”
(Obs: caso não assista já, nada perderá com a leitura).
De, antemão, digo que ninguém tome as colocações desse artigo, como pessoal, uma vez que esse não se direciona a ninguém especificamente, antes, é uma colocação aleatória e geral. Portanto, não se trata de crítica pessoal e, muito menos uma opinião fechada, pois, se trata de observações que podem nos levar a critérios mais aprimorados, para melhores entendimentos sobre tais práticas.
Então, a partir, desta constatação (comunhão na boca), me vêm à mente os ensinamentos do Concílio Vaticano II que, à época (1965) orientara sobre tal prática. A partir de então, passa a considerar esse modo, muito esporadicamente, em alguns casos, a exemplo de uma pessoa idosa, ou, com alguma dificuldade de pegar, de tomar a hóstia na mão e leva-la à boca.
E por que isso? Porque, reconhecendo as exceções – como Jesus, – a Igreja reconhece que toda pessoa que entra na fila para comungar é considerada capaz e tem consciência para pegar/tomar a comunhão e colocar na boca. Quem assim age deve ser vista como quem tem autonomia e capacidade para se alimentar sozinha. Diferentemente de uma criancinha, ou, um adulto com alguma incapacidade.
Portanto, a Igreja permite receber a comunhão na boca, aqueles que não estejam em condições físicas de exercitar os braços pegá-la e ingeri-la.
Diante disso, cabe-nos perguntar:
O que leva determinadas pessoas adotar esse modo retrógrado? Por que desprezar um entendimento que já deveria estar consolidado entre nós? Por que retroceder a costumes da Idade Média, ignorando o que orienta o Concilio Vaticano II e que toda a Igreja já assimilou?
Com todas essas questões em ebulição em minha mente, volto à imagem da Santa Ceia. Quando Jesus pega o pão e o oferece a cada um dizendo: “Tomai e comei: e faz o mesmo com o vinho dizendo: “Tomai e bebei” (Mt 26:26-29), é difícil imaginar que Ele, tenha saído do seu lugar para colocar um pedaço de pão na boca de cada discípulo. Isso seria, no mínimo, inimaginável e inviável!
Portanto, é evidente que, Jesus partiu o pão, deu a cada um, e cada discípulo o pegou, com as mãos e o levou à boca. Certamente, nenhum deles estendeu a língua, para que Jesus colocasse ali o pão. O mesmo terá ocorrido com o vinho. Afinal, eram adultos, capazes, autônomos… não necessitavam que o Mestre os tratasse como criancinhas, ou, idosos trêmulos, debilitados.
É lamentável, portanto, perceber esse retrocesso dentro da nossa Igreja.
Claro, não se deve negar a Eucaristia, àqueles que insistem em comungar diretamente na boca. A ninguém deve ser negada a comunhão, MAS, deveria ser praxe entre sacerdotes, ministros/as, catequistas e demais lideranças orientar adequadamente a assembleia sobre essa questão.
Não se pode admitir falta de formação dos fiéis.
Alguém pode argumentar:
– Ah, mas minhas mãos estão sujas.
A essa pessoa cabe perguntar:
– Quem vai para à igreja sem se lavar? Sem se higienizar?
É verdade que alguém pode ir de carro, tocar no volante, bancos, maçanetas; ou pegar um ônibus, encostar em superfícies não higienizadas… mas, isso não é desculpa, pois é perfeitamente possível lavar as mãos. Ora, qual igreja não possui banheiro, pia, ou mesmo um frasco de álcool em gel?
Logo, não se justifica o argumento da impureza das mãos.
E se ainda houver alguém que diga:
– Ah, mas às vezes peco com as minhas mãos!
A isso se responde:
– E quem não peca com a língua?
Na verdade, muitas vezes pecamos mais com a língua do que com as mãos!
E, afinal, as mãos e a língua fazem parte do mesmo corpo, não?
Não é meu desejo dar por esgotado esse assunto – mesmo porque seria pretencioso da minha parte. Então, fico por aqui.
Mas, caso deseje expor sua opinião num comentário, terei prazer em ler, mesmo que seja discordante.