Ói dotô, carece de me explicá,
O paper que trais pra mim assiná.
Num sô hôme letrado como o dotô,
Mais se me expricá vô intendê!
Ói dotô, posso até lhe vendê a terra,
Mais quero que primero me mostra,
Cum que vai vosmicê me pagá.
Cum migainha num compro metade do que vô lhe vendê!
Ói dotô, posso até lhe vendê a terra,
Mais dexa primero falá,
Onde o dotô botá água,
Num vai mais nada podê prantá!
Ói dotô, posso até lhe vendê a terra,
Mais garante que num vamo morrê de fome,
Que num vamo pricisá pidi, na cidade, um pão
E, os dotô num vai chamá nóis de vagabundo!
Garante que vamo tê casa pa morá.
Memo piquena, basta cabê a famia!
Nóis, custumado na roça, num tem ambição.
Nóis só qué trabaiá e vivê quar fio de Deus!