Meus pais já estão cada um de volta ao seu lugar,
Há muito tempo foram para ao lado do Criador morar. /
Nunca, que eu me lembre, tenha com eles sonhado,
Para amanhecer dia desses,
Ainda em sono profundo, com eles sonhei de repente,
Os dois, furtivamente se colocaram ao meu lado! /
Fazia eu com minha mãe uma suave caminhada,
Com o braço esquerdo abraçando-a pela cintura,
Andávamos, lentamente, por uma tranquila estrada. /
O que conversávamos não recordo exatamente,
Mas lembro-me que sentia um gosto gostoso,
Que nascia de suas meigas palavras,
Como as que toda mãe diz para a gente,
E sobre as quais eu meditava. /
Durante aquele caminhar vagaroso,
Em dado momento, despreocupado e displicente,
Inclinei os olhos para o lado direito da gente,
Ao voltar para ela, vi que já não era mais aquela,
Por quem meu coração, dentro do peito agitava. /
Era meu pai, que não tendo amor diferente,
Olhava pra mim sorridente, como que a brincar e dizer:
Sua mãe e eu, lá do alto, nunca abandonamos você,
Mesmo não estando aqui, continuamos a te proteger! /
Me lembro que sozinho, alguns passos dei a mais,
Seguro continuei, uma vez que, no íntimo sentia,
Que mesmo de longe, nos filhos a força dos pais sempre estaria,
Pois, quando os mais novos caminham, tomam a frente,
Pai, mãe e todos os ancestrais, sempre caminham atrás!