A confusão entre adorar e venerar é comum, especialmente em críticas feitas por evangélicos, ou por católicos com pouca formação religiosa. No entanto, são conceitos distintos: adorar é culto devido apenas a Deus; venerar é respeito e honra à memória dos santos.
Lembro do saudoso Padre Carlos Seleen corrigindo quem dizia “adoro essa comida” ou “adoro tal coisa”:
– “Você gosta disso; adorar, só a Deus!”
O que são as imagens?
São representações de pessoas reais, como uma foto. Nos tempos sem fotografia, santos e santas eram retratados em esculturas de argila, bronze, prata, ouro…
Críticos citam: “A Bíblia proíbe imagens”. Mas a Escritura proíbe adorar imagens, não produzi-las.
Uma coisa é olhar para uma imagem e venerar. Outra é adorar.
Exemplos: Deus mandou Moisés fazer a serpente de bronze (Nm 21,8-9) e os querubins sobre a Arca da Aliança (Ex 25,18-21). O problema do “bezerro de ouro” não foi sua confecção, mas o fato de ser adorado como deus (Ex 32,1-4).
Naturalmente que muitas das peças recolhidas para a feitura da estatueta do bezerro foram forjadas durante a escravidão no Egito e se constituíam em objetos que adornavam orelhas, cabeças, pescoços, dedos… decoradas com “imagens”, usadas com a permissão de Javé.
Portanto, só se tornaram “objetos de pecado” quando a grande quantidade de ouro puro fundida em uma só peça – passou a reluzir aos olhos daquele povo e ele os confundiu como um dos “deuses pagãos’.
Idolatria Ontem e Hoje
Hoje, muitos que condenam imagens idolatram dinheiro, status, carreiras, objetos tecnológicos… Exatamente o que criticam.
Equívocos e Orientações da Igreja
Ao longo dos séculos, houve exageros na veneração. Para evitar desvios, o Concílio Vaticano II (1965) recomendou reduzir o número de imagens nas igrejas, organizando-as de forma que não distraíssem da adoração a Cristo.
O documento produzido buscou um arranjo que não distraísse os fiéis, quanto à adoração ao Santo dos Santos – o Cristo. Também evitar excessos, promovendo uma devoção mais autêntica e menos ligada a práticas consideradas “menos ortodoxas”.
A partir da orientação conciliar muitas imagens de santos/as voltaram ao domínio das famílias doadoras e, por esse motivo podemos ver muitas das peças ornando salas de casas dos doadores.
O Sentido da Devoção
Por fim, posso dizer, sem medo de errar. Não há qualquer oração que se faça diante de uma representação de santo, ou santa que os coloque acima de Deus, do Nosso Cristo Redentor. Afinal, nenhuma oração diante de uma imagem coloca o santo em questão acima de Deus.
Ao rezar a Ave-Maria, por exemplo, pedimos:
– “Rogai por nós, pecadores…”, ou seja, intercessão, não adoração.
Se você guarda e reverencia a foto de um familiar falecido, entende perfeitamente o sentido de venerar a imagem de um santo. É uma lembrança que inspira fé, amor e exemplo de vida.
Conclusão:
O católico não adora imagens; adora a Deus. As imagens apontam para Ele e recordam aqueles que O seguiram fielmente.
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